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Domingos Bruno, CIO da Cimed

Domingos Bruno, CIO da Cimed

A conversa que tive para esta edição da Bastidores da TI foi com Domingos Bruno, CIO da Cimed, uma das maiores indústrias do ramo farmacêutico do País. Domingos começou em processamento de dados no banco Bradesco, depois de ter cursado P&D na Fundação Bradesco, e o banco seria o primeiro trabalho de uma trajetória que passa por grandes empresas, tanto no Brasil como líder de TI na América Latina, cargo que ocupou na Arcos Dourados, a maior franqueada do McDonalds no mundo.

Do banco, Domingos foi para a Philips, mais tarde para a Origin e, então, para a Elma Chips, do grupo PepsiCo, onde foi diretor de TI. O passo seguinte foi o McDonalds, onde mais tarde veio a assumir a TI na América Latina. Hoje é CIO da Cimed, que tem foco em medicamentos genéricos, produtos de consumo e vitaminas. Conheça detalhes da trajetória de Domingos Bruno e seus desafios nas empresas por onde passou.

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Equilibrando os diversos pratinhos

A história de Domingos Bruno no setor, hoje CIO da Cimed, uma das maiores farmacêuticas do País, remonta a seus 15 anos, quando entrou na Fundação Bradesco para dar continuidade aos estudos. Sua ideia era cursar eletrônica a acabou tendendo para processamento de dados depois de uma conversa com um aluno do curso. Começou a trabalhar no Bradesco como office boy e depois conseguiu migrar para a área de P&D. Foram sete anos no banco e de lá foi para a Philips, mais tarde para a Origin e então para a Elma Chips, do grupo Pepsico, onde ficou por 15 anos e em 2004 assumiu a diretoria de TI.

Domingos entrou na Elma Chips como responsável por sistemas na área de logística. De lá, foi para vendas onde promoveu a automação das filiais, da força de vendas e gerenciou a operação de BI. Ele conta que tinha um chefe mexicano que em meio a diversos projetos em andamento sugeriu, de repente, um job rotation entre os dois gestores de TI e foi levado a cuidar de infraestrutura, “que realmente não era a minha praia”. Passado o susto e a indignação inicial, Domingos diz que este tipo de movimentação é algo estimulante, “você sai da zona de conforto e vai sentir a dor do outro”.

Foram três anos na nova posição onde afirma que fez o que mais sabia: aproximar a TI do negócio e cuidar da comunicação entre áreas. “Isso é uma coisa que as pessoas têm dificuldade. Entre seus grandes projetos na empresa, um foi com a SAP. A Pepsico tinha feito várias aquisições, como a Elma Chips, Quaker e a Quero Côco, e cada empresa operava de uma maneira diferente e era necessário criar a sinergia entre todas”.

Depois disso, assumiu a TI da Arcos Dourados, a maior franqueada McDonalds do mundo, quando a companhia estava se preparando para abrir seu capital na bolsa de Nova York. “Era outro mundo, a coisa do business-to-consumer é um outro universo. Você tem a pressão, mas, ao mesmo tempo, você vê a tecnologia acontecer”. E acrescenta que, com uma super equipe e uma grande rede de parceiros, aprende a viver neste ambiente de pressão.

Em 2014, Domingos assumiu a TI da América Latina da empresa, tornando-se responsável pela tecnologia que, na época, fazia funcionar de 2,4 mil restaurantes atendendo 4 milhões de clientes por dia.  “A ideia era viver em rede, mas cada restaurante tinha, ao mesmo tempo, uma operação autônoma”, descreve. E explica que o conceito é de “customer centricity”, mas em volta deste cliente tem os funcionários que é por meio de quem você chega ao consumidor.

No McDonalds, viveu a transformação digital com a instalação dos totens de auto-atendimento. “Foi a primeira vez que demos ao cliente a oportunidade de falar com o McDonalds por meio da tecnologia. E quando você leva para a frente do cliente a coisa muda de figura”. O sistema passou a controlar toda a cozinha, além dos aplicativos de delivery. E para completar sua trajetória na empresa, o Brasil fez a ação ousada do uso do apelido Méqui, em uma aproximação com o cliente utilizando a maneira informal pela qual se referem à marca.

Cansado da vida de viajante, Domingos decide voltar a se fixar no Brasil. É quando surge o convite para assumir a TI da Cimed, uma empresa familiar que hoje é uma das maiores farmacêuticas do País com faturamento de R$ 3 bilhões e a previsão de, no próximo ano, atingir os R$ 4 bilhões. A Cimed tem entre seus focos medicamentos genéricos, produtos de consumo e vitaminas e o propósito da empresa é proporcionar saúde e bem-estar para todos os brasileiros.

Domingos conta que a empresa é extremamente verticalizada e, além da fabricação, realiza todo o processo de distribuição e até mesmo o desenho e produção das embalagens. “Quando você possui toda a cadeia produtiva, você passa a ter maior controle de todo o processo”. A Cimed possui cerca de 1 mil representantes comerciais na rua em todo o País e o trabalho deles, diferente de outras farmacêuticas, é feito diretamente com os gerentes das farmácias. O Brasil possui hoje mais de 90 mil farmácias.

Com uma TI enxuta, são 54 pessoas, Domingos diz que entre os projetos em andamento a empresa trabalha com o Google em sistemas de inteligência artificial generativa e outro foco é o tratamento de dados, mas sempre de olho no resultado. Ele diz que no dia a dia o desafio da área é equilibrar os vários pratinhos que compreendem a TI tradicional, que é o que garante o funcionamento e a base de tudo e, paralelamente, acompanhar todas as mudanças e pensar em inovação de maneira a atender melhor as farmácias, pontos de venda e o consumidor final.

*Stela Lachtermacher é jornalista de TI, com atuação como editora e colunista no Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Editora Abril e diretora editorial na IT Mídia. Hoje tem sua própria empresa, a Candelabro, onde trabalha na produção de conteúdo para todas as plataformas editoriais e participa do Conselho Editorial da Decision Report.

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