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Construtora anuncia adoção de sistema com IA para otimização de processos

Construtora anuncia adoção de sistema com IA para otimização de processos

Da escolha do terreno à gestão do canteiro, a IA apoia a construtora na leitura de cenários, otimização de processos e no avanço de uma construção civil mais inteligente, precisa e ambientalmente responsável

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Segundo a pesquisa The State of AI in Early 2024, da McKinsey, a adoção da IApassou de 55% para 72% em apenas um ano,  com destaque para a IA generativa. No setor da construção civil a Emccamp Residencial divulgou que algumas inovações adotadas pela construtora como a presença das ferramentas impulsionadas com IA desde a venda até o canteiro de obras.

 

De acordo com a empresa, essa integração permite ganhos reais em produtividade, qualidade e segurança, especialmente nos ambientes mais desafiadores, como o canteiro de obras. Cássio Lapertosa diretor de Tecnologia e Segurança da Informação da Emccamp, afirmou que a IA não é mais uma promessa de futuro — ela já é uma realidade em todos os setores da empresa. “Na Emccamp, a IA já está presente desde a venda até o canteiro de obras. Hoje, todas as áreas têm um projeto de IA rodando — inclusive construção, compras, TI (Tecnologia da Informação) e atendimento”, afirma.

 

 

Monitoramento no canteiro com drones e ferramentas inteligentes

 

 

Cássio revela que uma das frentes mais promissoras da IA aplicada à construção está no monitoramento e na automação do canteiro. “Já estamos usando drones com IA para vistoriar obras, identificar falhas e garantir o uso correto dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) por parte dos colaboradores. Também estamos testando ferramentas sem fio inteligentes, que avisam se foram removidas do canteiro ou estão inativas. Isso dá mais controle ao gestor e reduz desperdícios.”

 

 

Segundo o executivo, essas ferramentas são conectadas a sistemas de rastreamento que monitoram em tempo real o uso e a localização de cada item. Caso fiquem paradas por muito tempo ou sejam deslocadas para fora das áreas autorizadas, alertas são enviados automaticamente para a equipe de gestão da obra. Com isso, é possível identificar gargalos de produtividade, prevenir perdas e até reduzir furtos de equipamentos — um dos problemas mais recorrentes em grandes obras.

 

Além do canteiro, a IA tem papel fundamental na tomada de decisão e no suporte interno. Um dos grandes diferenciais da Emccamp é o uso de um modelo preditivo que antecipa a viabilidade de novos lançamentos com base em uma análise inteligente do entorno. A tecnologia cruza dados como renda média da população, perfil socioeconômico, taxa de crescimento da região, presença de concorrentes e histórico de valorização imobiliária.

 

Além disso, a Emccamp criou bots internos que auxiliam os colaboradores com respostas rápidas e técnicas no dia a dia das obras. “Se alguém perguntar ‘quanto tempo demora para o cimento secar?’, o bot responde na hora. Isso otimiza o trabalho de quem está na obra”, completa Cássio.

 

Para Felipe Boaventura, vice-presidente do Sinduscon-MG e diretor Jurídico da Emccamp, a adoção de IA precisa ser estratégica — não basta seguir tendências, é necessário alinhar a tecnologia com os principais desafios do negócio. “Muitas empresas querem aplicar IA em tudo. Mas o ideal é identificar as maiores dores — vendas, suprimentos, obras — e investir em soluções específicas. A inovação precisa gerar retorno real”, defende. O especialista também destaca que o maior risco não está na tecnologia, mas na falta de capacitação. “A tecnologia por si não desemprega. O que desemprega é a falta de preparo. Por isso, investir em formação e mudança cultural é essencial.”

 

Uma das tecnologias apresentadas pela empresa que potencializam a IA é o BIM (Building Information Modeling). Com ele, é possível transformar projetos em dados, melhorando o planejamento, o orçamento e até o registro da incorporação imobiliária. “O BIM é a base da IA na construção. Com ele, você cola o projeto à realidade da obra por meio de filmagens e modelagens. Isso permite acompanhar o avanço da obra com precisão”, explica Cássio.

Além disso, a realidade virtual combinada ao BIM já encanta os clientes. “Você pode mostrar o apartamento decorado e ainda personalizar cores, pisos, acabamentos. O cliente vê tudo em tempo real e ainda pode saber onde passam os canos na parede, evitando surpresas”, conta.

 

Os desafios da IA

 

Apesar dos avanços, Felipe Boaventura reforça que ainda há obstáculos — e eles não estão na tecnologia em si, mas no acesso, na estrutura de dados e na cultura empresarial. “O Brasil coleta muitos dados, mas trata mal. Falta estrutura, integração e visão estratégica para transformar isso em combustível para a IA”, alerta Felipe. Ele enfatiza que muitas empresas crescem sem uma TI sólida. Sem dados organizados, não adianta querer usar IA. É preciso estrutura, segurança e políticas claras de uso.”

 

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