Hoje, 82% das organizações têm alguma aplicação em nuvem, porém, apenas 15% delas têm 75% ou mais do seu ambiente nesse modelo. Esse é um dos resultados do IT Brazil Snapshot, estudo realizado pela Logicalis, provedora de serviços e soluções de tecnologia da informação e comunicação.
A quarta edição da pesquisa, realizada em parceria com a Somatório Pesquisa e Informação, entrevistou 205 empresas, entre novembro de 2016 e fevereiro de 2017, com o objetivo de avaliar o nível de maturidade e de adoção de novas tecnologias nas empresas brasileiras.
Atualmente, 51% das organizações acreditam que, tanto elas quanto os concorrentes, têm nível de maturidade intermediário. No entanto, 42% dos participantes afirmam que não estão no patamar ideal e se cobram para alcançar um nível de excelência. A exigência é ainda maior no segmento financeiro, onde não há espaço para erros – 62% dos gestores de TIC entrevistados entendem que, especialmente nesse setor, o ideal é chegar à excelência.
Panorama de TI no Brasil em 2016
A computação em nuvem finalmente se consolidou como uma realidade e as decisões nas empresas deixaram de ser sobre a possibilidade de migrar para cloud e passaram a ser sobre quando e quais aplicações migrar. No entanto, apesar da alta taxa de adoção entre os respondentes da pesquisa, a maior parte (66%) ainda não tem nem 25% dos serviços em cloud – e a principal barreira para adoção continua sendo a tecnologia em si (40%), comprovando que ainda há gaps de entendimento sobre a nuvem.
Além de ser o ano de consolidação da tecnologia, 2016 registrou o fortalecimento da cloud híbrida, que já é utilizada por 40% das empresas brasileiras. A nuvem privada, por sua vez, passou de 46%, em 2013, para apenas 25% no ano passado – comprovando a mudança no perfil de contratação de cloud pelas organizações. Já a nuvem pública permanece estável desde a primeira edição da pesquisa, sendo usada por cerca de 7% das organizações.
O crescimento do uso de nuvem possibilita a migração gradual da aquisição de equipamentos (CAPEX) para a contratação de serviços (OPEX). No ano passado, 41% dos gastos com TI foram destinados à equipamentos e 59% à serviços, sendo aplicações e softwares o principal foco desses investimentos (22%), seguido por prestação de serviços (19%), data center (16%) e telefonia/conectividade (11%). Esse movimento deve se intensificar ainda mais em 2017, quando os gastos de TI do tipo OPEX irão crescer cerca de 2%.
A nuvem não só possibilita o aumento da contratação de tecnologias como serviço, mas também de soluções de mobilidade, levando cada vez mais agilidade e flexibilidade aos negócios. Atualmente, a adoção de soluções móveis visa, principalmente, a automação de força de vendas (36%) e o aprimoramento de ferramentas de gestão/ERP (24%), permitindo aos executivos acesso a informações e tomada de decisões a qualquer hora e de qualquer lugar.
Novas tecnologias
Em 2016, a maior parte do orçamento de TIC foi destinado à manutenção das tecnologias existentes (71%). Além disso, houve uma queda no volume de investimentos em novas tecnologias ao longo dos últimos quatro anos (62% em 2013 e 41% em 2016) e aumento em tecnologias já existentes – em 2013, 65% do orçamento foi destinado a elas. O movimento, na visão da Logicalis, está ligado ao cenário político-econômico no País nos últimos dois anos, levando os CIOs a um comportamento mais conservador.
A comunicação entre máquinas (M2M) é o grande destaque entre as novas tecnologias e apresenta um forte crescimento desde 2014. O destaque fica por conta do setor de utilities que, impulsionado pelas iniciativas de Smart Grid, vem investindo nesse tipo de solução, hoje já adotada por 45% das empresas do segmento.
Outro ponto identificado pela pesquisa é que, independentemente da adoção de novas tecnologias ou do investimento na manutenção das existentes, a segurança continua sendo um tema extremamente relevante para as empresas – e que as pessoas ainda são o elo mais frágil para 70% dos entrevistados. Isso se deve ao desconhecimento das ameaças (72%), falta de conscientização e comportamentos inadequados (51%).