A palavra cognição é uma velha conhecida. Não obstante, o termo computação cognitiva é algo que podemos considerar recente. Em meio às discussões a respeito de Inteligência Artificial, ouvimos frequentemente a palavra ‘cognição ou então a expressão aprendizado de máquina, mas o que, de fato, é a computação cognitiva? De que forma as máquinas aprendem? Para entendermos melhor vamos começar pelas definições.
Nos escritos de Platão e Aristóteles encontramos o termo cognitione, que é a origem de nossa palavra cognição e representa o processo de aquisição do conhecimento que ocorre através da percepção, associação, raciocínio, etc.
Sabendo, então, o significado do termo cognição, fica fácil entender o que a expressão computação cognitiva sugere. Sim, a capacidade de computadores e, ou, sistemas computacionais pensarem de forma similar à maneira dos seres humanos. Portanto, temos agora dentro deste contexto o poder de tomada de decisões e aprendizado baseado em experiências anteriores.
Agora que esclarecemos estas definições, onde de fato encontramos a computação cognitiva na prática? Antes mesmo de você cogitar que este tipo de tecnologia esteja distante do nosso cotidiano, ou seja, coisa de outro mundo, tenho uma notícia: ela está presente em nosso dia a dia! E, para exemplificar, abaixo temos uma lista de alguns lugares onde se aplica a computação cognitiva:
Bolsa de valores: diversos home brokers utilizam a computação cognitiva para efetuar transações mais assertivas, auxiliando o negociante a cometer o menor índice de erro possível a fim de garantir seus lucros. Isso é feito graças à análise computacional de históricos do mercado.
Medicina: existem hospitais que fazem uso de sistemas de computação cognitiva. Eles são abastecidos constantemente por informações de históricos de tratamentos, pesquisas científicas, entre outros. Tudo para que sirvam como auxílio aos médicos tanto no momento de identificação de doenças quanto na indicação de protocolos de tratamentos. A empresa IBM possui, inclusive, uma tecnologia chamada Watson for Oncology que utiliza uma vasta base de conhecimento para auxiliar no tratamento de câncer.
Jogos eletrônicos: diversos jogos eletrônicos fazem uso de algoritmos cognitivos para tornar a experiência de usuário ainda mais real. Estes algoritmos são capazes de aprender o modo de jogo do usuário e suas estratégias mais comuns com a finalidade de alterar seu modo de ataque e, ou, defesa para que a interação seja mais desafiadora e menos monótona durante as partidas.
Chatbots: quando você conversa via chat com uma ferramenta de respostas automáticas e ela entende o que você está demandando, mesmo que informe a mesma intenção de formas diferentes ou até mesmo com erros gramaticais, você está fazendo uso de computação cognitiva.
Estes são apenas alguns exemplos da computação cognitiva em nossas vidas, sempre com o objetivo de tornar nossas tarefas mais rápidas e precisas através do uso da inteligência computacional ao nosso favor. E, falando em inteligência, conforme já foi citado anteriormente, muito se fala da computação cognitiva em discussões sobre inteligência artificial, mas seria esta inteligência – a artificial – a mesma inteligência cognitiva?
A resposta é clara e objetiva: não. Apesar de próximas, cada uma possui sua diferença. A inteligência artificial, por definição, é a capacidade de as máquinas pensarem como seres humanos.
Mas essa não é a mesma definição de inteligência cognitiva? Quase! A diferença é que a inteligência artificial por si só trabalha baseada numa base de dados bons, em grande quantidade e, com isso, cruza informações a fim de encontrar uma resposta ou uma visão de algo específico. A inteligência cognitiva usa seus acertos e não acertos em cima desta base de informações para aprender e melhorar, diferente da inteligência artificial isolada.
Podemos dizer que a inteligência cognitiva utiliza recursos de inteligência artificial – com uma cereja no bolo. Existem muitos exemplos e possibilidades de uso da computação cognitiva para facilitar nosso mundo. Os profissionais de tecnologia são agentes e têm como missão de conhecer e propor o bom uso destas ferramentas para tornar o mundo mais prático e preciso, visando sempre solucionar os problemas existentes de forma eficiente e eficaz.
* Everton Loffi é Scrum Master da AMcom