O Conceito de Agilidade organizacional é o primeiro grande passo para que instituições essencialmente tradicionais iniciem suas jornadas de Transformação Digital
por Ani Angelini e Gabriel Pacheco*
Nos últimos anos, as empresas deram um grande passo quando resolveram adotar como estratégia a famosa ‘Transformação Digital’. Porém, em muitas organizações, algumas peças não ficaram bem encaixadas para que essa prática fosse, de fato, efetiva. Temos exemplos de organizações que não se adaptaram às novas formas de trabalho no ambiente digital, assim como continuaram mantendo as grandes demandas burocráticas, que travaram investimentos, além das operações que continuam com dificuldade de comunicação entre as áreas e os setores, culminando em perda de competitividade num mercado cada vez mais volátil.
O problema são as tecnologias que não estão cumprindo seu papel? Não! O entrave está em fazer a máquina girar, isto é, tornar o processo organizacional, de ponta a ponta, mais fluído e adaptável. Uma saída é a utilização da Agilidade Organizacional, que irá corroborar para que as novas formas de trabalho sejam mais adaptativas e, consequentemente, facilitará a Transformação Digital bem-sucedida.
Afinal, para ser competitivo num mercado com alta digitalização e concorrência, é necessário aprender e desenvolver novas competências e formas de atuação, pois o ambiente de negócio está em constante evolução e é preciso proporcionar práticas que se adaptem ao ambiente. Isso significa aplicar novas estratégias e formas de fazer a gestão geral da cadeia de valor, o que demanda olhar para todo o negócio e não somente para as rotinas específicas de cada área.
O setor financeiro, em especial o bancário, é uma grande aposta para a aplicação da Agilidade Organizacional. Isso porque existe um espaço que precisa ser preenchido entre o que os clientes que já são digitais esperam e o que as empresas nascidas analógicas realmente entregam. Neste sentido, apesar do processo de transformação digital estar em curso, apenas parte desse potencial é trabalhado. Ou seja, há frentes de desenvolvimento digital para seres explorados tanto nas instituições que vislumbram a disrupção, quanto naquelas que desejam melhorar os produtos e serviços que já existem e estão funcionando.
Temos exemplos de fintechs e operações consolidadas, como o NuBank, que nasceram digitais e, por isso, conseguem ser mais ágeis se comparado aos bancos tradicionais. Diante desse cenário, essas instituições que ainda seguem engessadas precisam reavaliar seu status quo, analisando quais os processos travam na entrega ágil de valor e como ser competitivo junto a startups que surgem de forma acelerada e com processos mais dinâmicos.
O caminho para buscar essa agilidade é colocar diferentes áreas conectadas no mesmo ritmo e isso acontece por meio da mudança da estrutura da empresa, não a hierárquica, mas a organizacional, ou seja, do trabalho para a cadeia de valor. A intenção é otimizar o fluxo de trabalho e não de recursos. Isso permitirá que as atividades possam fluir de maneira mais rápida e objetiva.
Desse ponto de vista, percebemos que a Agilidade Organizacional vem para apoiar no desenvolvimento dessa nova cultura, ajudando os colaboradores no entendimento do novo formato de trabalho e nas necessidades de mercado e, por fim, favorecendo a organização a uma melhor adaptação do negócio.
Um diferencial nessa jornada de evolução é contar com o acompanhamento de parceiros de tecnologia, que podem traçar um mapa de tendências de mercado versus as necessidades da empresa, validando, assim, a continuidade das organizações no mercado.
* Ani Angelini é Líder Global e Studio Partner do Studio Agile Organizations e Gabriel Pacheco é Líder do Studio Agile Organizations no Brasil, ambos atuam na Globant.