Tema foi o principal assunto do ‘IDC Infrastructure & Cloud Roadshow Brazil’, realizado pela consultoria ao lado de clientes e grandes players do mercado de TI
Com a aceleração da transformação digital, muitas empresas foram motivadas a pensar ainda mais em novos modelos de negócios e em suas infraestruturas digitais. “A IDC acredita que o futuro dessa questão está baseado em Cloud e na sua aceleração, permitindo que tecnologias inovadoras surjam para apoiar os modelos de negócios digitais e alinhem a adesão de tecnologia e a governança de TI com os resultados”, explica Luciano Ramos, Country Manager da IDC Brasil, durante o ‘IDC Infrastructure & Cloud Roadshow Brazil’, evento híbrido recém-realizado pela IDC Brasil.
Para esclarecer esse momento de transformações, Luciano Saboia, diretor de Pesquisa e Consultoria de Telecomunicações da IDC Brasil para a América Latina, contextualiza que o mundo está passando por um cenário econômico desafiador e de incertezas e, por isso, a IDC acredita que três ventos de mudança estão soprando intensamente sobre as empresas de tecnologia da América Latina.
“Os Headwinds (escassez de profissionais capacitados, restrição da cadeia de suprimentos e pressão inflacionária) são ventos contrários que batem de frente às empresas. Já os Crosswinds (incertezas políticas, ameaças de cibersegurança, conflito Rússia-Ucrânia e recessão americana) são ventos que estão fora do ambiente corporativo, mas que causam um certo impacto nos negócios. Por fim, os Tailwinds (recuperação do orçamento pós-pandemia, aceleração digital, demandas dos consumidores, renovação de arquiteturas e sistemas legados), estão no domínio e influência das empresas soprando a favor delas”.
Diante desse cenário de incertezas, desafios e mudanças, a IDC perguntou para tomadores de decisão de empresas de tecnologia latino-americanas, no estudo IDC Latin America IT Investment Trends 2023, quais itens farão parte de suas principais iniciativas de TI em 2023. Segurança de Cloud e segurança de TI aparecem como prioridades de 38% dos entrevistados, seguidos por serviços gerenciados (37%), mobilidade empresarial (32%), gerenciamento de TI (30%) e nuvem híbrida e infraestrutura de Cloud (20%). “A partir do estudo, fica claro que as iniciativas estratégicas de TI se concentram na evolução das aplicações de negócio e da infraestrutura para seguir avançando com segurança para a nuvem. As empresas demonstraram preocupações de investimentos tanto pragmáticos quanto digitais, buscando inteligência, maior gestão e governança”, conclui Saboia.
Outro estudo que comprova o momento de protagonismo da nuvem é o IDC Predictions Brazil 2023, que trouxe, entre as dez tendências do mercado brasileiro de TI e Telecom para 2023, a previsão de que os aspectos de governança e gestão dos ambientes de Cloud direcionarão as tomadas de decisão nas empresas. “Maior ênfase na otimização e redução dos custos de nuvem por meio de automação e avanço do FinOps devem estimular os investimentos em provedores de serviços gerenciados. Além disso, a TI terá de priorizar estratégias que simplifiquem a gestão e a conectividade com a nuvem, tornando os ambientes híbridos e Multicloudmais eficientes”, conta Saboia.
Em nível global, o estudo IDC Worldwide ICT Spending Industry and Company Size 2022 mostra que todos os mercados relacionados à infraestrutura de TI vão continuar se expandindo nos próximos anos, mas a nuvem pública vai crescer com maior velocidade e aumentar o share em relação aos demais. “Existem oportunidades e espaço de crescimento para todas as infraestruturas de TI, seja de forma tradicional, modelos privados, públicos e híbridos. Porém, é evidente que nenhuma tecnologia de infraestrutura cresce na mesma velocidade da nuvem pública, que deve ter uma taxa de crescimento composta anual (CAGR) de 36,6% e movimentar US$ 6,3 bilhões até 2026”, prevê Saboia.
A IDC também acredita que a escassez global de desenvolvedores de software qualificados continua sendo um grande obstáculo para as empresas que buscam modernizar seus legados e atingir as metas de inovação digital. Por outro lado, as tecnologias Low-code e No-code aumentam a produtividade dos desenvolvedores profissionais e habilitam colaboradores fora da TI a criarem soluções digitais, mitigando assim os efeitos dessa escassez de mão de obra especializada. “A IDC estima que o déficit de desenvolvedores profissionais deve alcançar a marca de 4 milhões em todo o mundo até 2025, enquanto a população de profissionais não-TI, que fazem uso de Low-code e No-code, está crescendo três vezes mais rapidamente que o número de desenvolvedores especializados”, diz o analista.
Luciano Ramos ainda apresentou três aspectos para reflexão durante sua fala no encerramento do evento. O primeiro é que os ambientes de TI estão se tornando cada vez mais híbridos e distribuídos, passando a incorporar capacidades de nuvem – e, muitas vezes, múltiplas nuvens – para atender aos diferentes requisitos de cada workload. O segundo é que um dos principais facilitadores da inovação digital é ter uma abordagem por software bem desenvolvida, e as plataformas Low-code e No-code passam a ser fundamentais, de modo a reduzir riscos e eliminar lacunas de conhecimento. Por fim, a modernização de aplicações já considera, em grande parte dos casos, a habilitação dos workloads para arquiteturas de Cloud, sendo um movimento importante para a evolução do consumo de nuvem de maneira verdadeiramente otimizada, com maior controle e capacidade de automação.