A Cisco acaba de lançar o estudo Cisco Digital Readiness, desenvolvido em conjunto com o Gartner Research, que mediu a preparação digital de 118 países, sendo 19 da América Latina, a partir de componentes como infraestrutura tecnológica, capital humano, necessidades básicas e investimento governamental e empresarial.
Em geral, os países da América Latina estão em um estágio entre a preparação digital básica, denominada Ativar, e intermediária, chamada Acelerar. O Brasil está na 10ª colocação entre os países pesquisados na América Latina, no estágio Acelerar, que inclui os países que devem continuar investindo no desenvolvimento do capital humano para aumentar o ritmo e o alcance da tecnologia digital dentro e fora de suas fronteiras.
Os países no estágio Ativar estão iniciando sua jornada digital e incluem muitos países da África e alguns do Oriente Médio e Ásia. Os países no estágio Acelerar obtiveram uma pontuação intermediária, com algumas pontuações de componentes com margem para melhorias. Os países nesse estágio intermediário incluem muitos da América Latina, Europa Oriental e alguns da Ásia. Um terceiro estágio, Amplificar, dos países com o mais alto nível de preparação digital, inclui os Estados Unidos, muitos países da Europa Ocidental e alguns na Ásia, como Cingapura, Japão e Austrália.
O valor de preparação digital foi calculado com base em sete componentes fundamentais para criar um ambiente com oportunidades econômicas para todos em um mundo cada vez mais digital: Infraestrutura tecnológica: telefonia fixa e assinaturas de banda larga; servidores de Internet, serviços de rede, gastos estimados em TI; Adoção de tecnologia: difusão de dispositivos móveis, uso da Internet, serviços em nuvem (estimativa de gastos com TI); e Capital humano: força de trabalho total, taxa de educação de adultos, índice de escolaridade (anos de estudo), população prospectiva da futura força de trabalho (de 0 a 14 anos).
Além de necessidades básicas: esperança de vida, taxa de mortalidade (abaixo dos 5 anos), acesso à eletricidade; Facilidade de fazer negócios: estado de direito e ambiente regulatório, logística e infraestrutura, serviços; Investimento Governamental e Empresarial: investimento estrangeiro direto, exportação de alta tecnologia, sucesso do governo na promoção de TI; e empreendedorismo: força dos direitos legais, tempo necessário para iniciar um negócio, disponibilidade de capital.
América Latina e Brasil
Segundo o estudo, a média da América Latina foi de 11,78. A média global de preparação digital é 11,96. As pontuações globais de preparação digital para os países no estágio mais alto (Amplificar) tiveram uma média de 16,83. Aqueles no estágio intermediário de preparação digital (Acelerar) tiveram uma média de 12,49, e aqueles no estágio inferior de preparação digital (Ativar) tiveram uma média de 7,91.
Neste cenário, o Brasil obteve uma média geral 11,80. Isso coloca o país 2,7 pontos abaixo da média que o classificaria na categoria Amplificar. Quando analisados os resultados de componentes específicos, o Brasil obteve resultados variados. O país tem a melhor colocação da América Latina em Investimento Governamental e Empresarial e está bem colocado na Adoção de Tecnologia e Infraestrutura Tecnológica, sendo 7º e 5º na América Latina, respectivamente. O país ocupa a oitava posição na região em Empreendedorismo, mas apenas o 17º lugar em Facilidade para se fazer negócios. Com relação ao Capital Humano, o país é o 13º na região.
“A transformação digital vai ser fundamental para inclusão social no Brasil. Saber analisar os gaps e oportunidades de melhorias é crítico para que os governos possam concentrar os esforços para acelerar essa transformação. Este estudo pretende apoiar os governos e recomendar quais as áreas prioritárias para uma economia digital inclusiva”, afirma Laercio Albuquerque, presidente da Cisco Brasil. “Os resultados apontam que o Brasil ainda tem muito potencial de desenvolvimento em seu ambiente digital e, embora sejam necessárias melhorias em alguns componentes, o país se destaca em áreas importantes, como adoção e infraestrutura tecnológica e investimento empresarial”.