Por meio de telemetria e sensores de fadiga dentro das cabines, bem como sensor frontal de aproximação indicando risco de colisão, companhia conseguiu reduzir os acidentes com a frota de mais de 9.500 caminhões
Desde que implantou, em 2012, Programa de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) em Transporte, a BRF, ajudou a reduzir em 64% a frequência de acidentes com a frota de mais de 9.500 caminhões que levam os produtos da empresa do campo à mesa do consumidor, em todo o Brasil.
Para chegar ao resultado, a BRF investiu em programas mais rígidos de segurança e capacitação, como uso de tecnologia embarcada, por meio de telemetria e sensor de fadiga dentro das cabines, bem como sensor frontal de aproximação indicando risco de colisão. Estas tecnologias abrangem cerca de 11 mil motoristas e ajudantes.
No Programa de SSMA Transportes, todos os parceiros da BRF são avaliados de acordo com indicadores e devem atender às normas corporativas de Saúde, Segurança e Meio Ambiente. “Para a BRF, a segurança é um dos compromissos fundamentais, e este programa é parte importante das nossas estratégias e ações para melhorar a qualidade de vida dos motoristas e colaborar com a redução de acidentes, em geral, nas estradas do País”, ressalta José Perottoni, diretor global de Logística da BRF.
Em 2019, a Companhia deu continuidade a seu processo de transformação digital, com adoção de tecnologias para o monitoramento de sua frota. Com a implementação de recursos tecnológicos, foi possível reduzir significativamente as chances de acidentes, beneficiando motoristas. O uso inteligente dos dados, atrelado à predição de segurança, atuação proativa, conscientização e capacitação, é uma das mais importantes características da transformação digital da Companhia e engloba, também, a logística em todas as frentes.
A tecnologia também foi incorporada à área de Commodities da BRF, com centenas de caminhões que transportam grãos e insumos para a Companhia. Segundo Gilson Ross, diretor de Operações e Compras de Commodities da BRF, tecnologias como o sistema de negociação eletrônica de fretes, de gestão da frota, além de telemetria e sensores de fadiga, estão auxiliando não só na redução de acidentes, principal foco da empresa, como também na diminuição de custos e perdas. “Hoje temos um controle e segurança do processo de abastecimento de insumos muito superior ao passado “, explica.
Um dos equipamentos que dá mais segurança na estrada é o sensor de fadiga, com sensores instalados dentro das cabines e que identificam, por exemplo, sinais de sono e fadiga do motorista (um bocejo, por exemplo). Nesse caso, um sinal sonoro é ativado. O sistema também identifica desvios de condução, como por exemplo o uso de celular com o veículo em movimento, registra as anomalias de forma on-line para serem imediatamente tratadas.
Para dar um apoio aos motoristas que apresentam sinais de cansaço, a Companhia instalou, em rodovias do Paraná e de Santa Catarina, as Salas de Alerta do Sono. Os motoristas têm à disposição na BR-470, no município catarinense de Lontras (SC), sentido Litoral, e na BR-116, em Antonina (PR), sentido São Paulo, café, água, material de orientação sobre segurança e saúde na direção, além de equipamentos para exercícios físicos, como bicicleta ergométrica e até luminoterapia – técnica de iluminação que ajuda os motoristas a ficarem mais dispostos e alertas para a viagem. Essas estruturas contribuem para aumentar a segurança dos condutores e reduzir os acidentes nas estradas.
A empresa também solicita, uma vez por ano, a execução de exame toxicológico e mensalmente a aplicação do checklist de manutenção do veículo. O goianiense Jakson Pereira de Souza, 43 anos, é motorista há 20 anos, levando produtos da BRF pela transportadora Manlog. Jakson aprova o uso da tecnologia e confirma que ela aumenta a segurança nas estradas. “O sensor de fadiga, com o alerta de sono, avisa a hora que devo parar e descansar. Essa tecnologia me protege”, admite ele.
Outra tecnologia adotada é a telemetria, feita por um dispositivo instalado no barramento can do veículo que faz a leitura do funcionamento de equipamentos e envia aos gestores da frota dados sobre a dirigibilidade do motorista, frenagem e aceleração brusca, velocidade na pista seca e molhada, bem como consumo de combustível. O histórico dos veículos atualizado a cada viagem contribui para identificar perfis de condução segura e econômica, bem como planejar manutenções preventivas de forma mais assertiva.
Caminhões também estão sendo equipados com o rotograma falado, um dispositivo que possibilita criar cercas eletrônicas no trajeto e funciona como um GPS. O equipamento indica não só o melhor caminho ou a menor distância até o ponto de chegada, mas também avisa o motorista sobre uma curva perigosa e recomenda a velocidade ideal para a realização segura da manobra. Ao se aproximar de uma curva perigosa, por exemplo, o aparelho emite uma mensagem de voz ao motorista: “Trecho perigoso a 500 metros, reduza a velocidade”.