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Blockchain deve mudar o conceito de armazenamento de dados

Blockchain deve mudar o conceito de armazenamento de dados

Segundo Ailtom Nascimento, vice-presidente da Stefanini, aliado ao uso de Big Data, tecnologia pode ser uma alternativa para reunir dados que se encontram desconectados, de forma a ampliar a eficiência e assegurar mais transparência em cada etapa do processo produtivo

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A tecnologia se reinventa a todo o momento, cada vez mais rápida, com o intuito de acelerar mudanças e facilitar o dia a dia das pessoas e das organizações. De tempos em tempos, temos algumas soluções que se tornam um mantra nas publicações especializadas e entre profissionais da área de TI. Atualmente, o Blockchain está entre as top 10 nas áreas de segurança corporativa, armazenamento de dados e compartilhamento de arquivos. Um recente relatório do Fórum Econômico Mundial prevê que, em 2025, os 10% do PIB serão armazenados em tecnologias relacionadas com Blockchain.

 

Muitos especialistas acreditam que a tecnologia, que cresceu em popularidade por ser a base para a criptografia e segurança da plataforma de Bitcoin, revolucione a armazenagem de dados digitais, não apenas no setor financeiro, mas também em outras verticais, como o setor agrícola. Aliado ao uso de Big Data, o Blockchain pode ser uma alternativa para reunir dados que se encontram desconectados, de forma a ampliar a eficiência e assegurar mais transparência em cada etapa do processo produtivo.

 

A implementação de sensores em cultivos poderá auxiliar no fornecimento de dados sobre as condições e tipo de solo, clima, quantidade de fertilizantes e de água necessária para cada produto, incidência de pragas ou doenças. Os sistemas de rastreabilidade aplicados dentro da tecnologia de Blockchain podem fornecer um fluxo constante de dados de toda a cadeia, desde a fazenda até o consumidor final, fornecendo detalhes de onde e como foi produzido determinado alimento. Este tipo de tecnologia permite o monitoramento de cada etapa, trazendo mais confiança para quem adquire o produto.

 

No Brasil, a tecnologia é nova e está sendo desenvolvida, principalmente para atuar nas transações bancárias. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) criou uma comissão e um grupo de trabalho específico para tratar do assunto, devido à sua importância como ferramenta disruptiva e de segurança. O que chama bastante atenção no Blockchain é a maneira como rompe com o padrão usado atualmente por bancos de dados para armazenar informações de seus clientes.

 

Hoje, os servidores são centralizados e controlados pelos seus respectivos proprietários. Se uma pessoa transfere dinheiro pela internet, o banco de onde sairá o dinheiro precisa informar à outra instituição se há realmente fundos na conta do cliente. Com o Blockchain, os bancos de dados são espalhados por uma rede com várias máquinas conectadas, em diversos locais, de forma compartilhada.

 

Mas você pode estar se perguntando: Como realmente funciona esta tecnologia tão falada no momento? Para ficar um pouco mais fácil, vamos pensar o Blockchain como um conjunto de blocos encadeados. Todos os dados ou transações realizadas, no caso da moeda virtual, são replicados em diversos computadores que formam a rede Peer-to-Peer, sistema de envio de dados ponto a ponto, sem uso de um servidor central. Portanto, funciona de maneira descentralizada, o que impediria a ação de pessoas que quisessem invadir os sistemas e violar as informações em benefício próprio ou de um grupo.

 

Segundo especialistas, o que torna a tecnologia diferente é que cada bloco contém um hash criptográfico da anterior, formando uma cadeia, que será transformada em um nó compacto. Assim, qualquer adulteração é facilmente detectada e controlada, já que para acessar as informações o criminoso teria que invadir vários computadores.

 

Embora o Blockchain esteja muito associado à moeda digital, a segunda geração, Blockchain 2.0, permite estender a tecnologia a outras indústrias. No negócio da música, por exemplo, o Blockchain 2.0 pode ser utilizado na gestão de direitos autorais e coleta de royalties a partir de streaming digital e downloads. Pode ser utilizado, também, para registros de ativos, gerenciamento de imóveis e veículos.

 

A tendência é que este conceito seja ampliado para assumir novas funcionalidades. Ainda existe um caminho longo a ser percorrido para que as empresas compreendam melhor os benefícios que o Blockchain pode trazer para os seus negócios, seja em segurança ou simplificação de processos. Porém, iniciar essa discussão faz parte de um processo contínuo de inovação, que envolve profissionais das áreas de finanças, tecnologia, administração, governança, gestão de risco, gestores de negócios, consultorias, governo, instituições públicas, universidades, startups e fintechs.

 

Além de ser menos burocrático, o Blockchain trará redução de custos, por se tratar de um modelo descentralizado, autônomo e sem intervenção humana. A transparência e a imutabilidade da informação são fatores que podem fazer a diferença, estimulando as empresas a pensarem um pouco mais nesta tecnologia como algo mais próximo e plausível para o sucesso de seus negócios.

 

* Ailtom Nascimento é vice-presidente da Stefanini