A Black Friday caiu de vez no gosto dos brasileiros. O termo foi criado pelo setor de varejo dos Estados Unidos e se refere à sexta-feira de descontos pós Dia de Ação de Graças. No Brasil, a data se popularizou nos últimos anos, tanto que muitos varejistas estendem as promoções em todo o final de semana até a Cyber Monday. Para este ano, os organizadores da Black Friday estimam vendas na casa dos R$ 2,2 bilhões somente amanhã, 24, dia oficial de descontos. Se considerado o período de 23 a 26 de novembro, esse número pode chegar a R$ 2,7 bilhões.
E é nesse período que a Tecnologia da Informação das varejistas é colocada à prova. Existem diversas tecnologias para prover a melhor infraestrutura, a fim de garantir alta disponibilidade e escalabilidade para suportar o tráfego de consumidores. Além, claro, de ter uma boa integração com os intermediadores de pagamento, trabalhando em conjunto tanto no envio de dados para as análises de fraude, como em todas as informações necessárias para que o pagamento seja processado.
Na visão de João Barcellos, CEO da MundiPagg, empresa que realiza transações para 40% do e-commerce nacional, um dos maiores desafios para os meios de pagamento durante a Black Friday é a falta de opções nas transações, além da lentidão de checkout com filas no processo de pagamentos. Se essa etapa for ruim, as chances de o consumidor abandonar os carrinhos de compra são muito grandes.
“Para evitar lentidão no checkout, o ideal é que o varejista conte com ferramentas de retentativa, pois, caso tenha algum problema na transação, o sistema automaticamente reprocessa o pagamento”, explica o executivo. Além disso, ter multi-adquirentes agiliza no processo diante de uma possível falha ou alta demanda de transações. Esse ponto, aliás, é de extrema importância para o varejo, estudos do Google apontam que 70% dos carrinhos são abandonados nesta etapa diante da lentidão sistêmica.
“Checkouts com muitas telas também são um problema, pois fazem o consumidor passar por um processo demorado, muitos sites podem também limitar estoques uma vez que o cliente já selecionou o produto. Para evitar isso, é oportuno o cadastro prévio do cartão para que o consumidor não tenha que preencher todas as informações”, acrescenta Barcellos.
Processo e experiência de compra
Matias Fainbrum, General Manager da Ingenico ePayments para a América Latina, concorda com o CEO da MundiPagg e acrescenta que para otimizar e ampliar a taxa de conversão de vendas, o comércio eletrônico precisa construir uma infraestrutura tecnológica completa a fim de realizar todo o processo, com experiência de compra.
“Isso quer dizer que não bastam investimentos apenas em marketing digital, por exemplo, mas em todo o back office. De nada adianta apostar em caras campanhas de marketing e conseguir atrair o público-alvo à loja virtual se ela não estiver apta a suportar o aumento vertiginoso no número de acessos. Da mesma forma que não adiantaria criar uma demanda de público muito maior do que a quantidade de produtos que se tem em estoque”, alerta o executivo.
Segundo ele, existem alguns passos de como o checkout deve ser um aliado da conversão de vendas, prevendo e corrigindo os gargalos desta etapa que podem resultar em abandono de carrinho: trabalhe com 100% de disponibilidade; forneça opções de pagamentos; mantenha a simplicidade do sistema; e aposte em soluções antifraude.
“Para assegurar que os clientes terão a melhor experiência de compra nesta data, o comerciante deve oferecer uma infraestrutura apropriada para acesso e compra, sendo honesto e transparente em relação aos preços promocionais e viabilizando meios de pagamento completos e rápidos”, finaliza João Barcellos.