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Bastidores da TI_Claudia Marquesani_Petz

Bastidores da TI_Claudia Marquesani_Petz

Imagine uma profissional responsável pela tecnologia de um grupo focado no ecossistema Pet com mais de 5 mil funcionários e faturamento de R$ 5 bilhões, além de mãe, professora de Gestão de Projetos e estudante cursando, ao mesmo tempo, graduação, pós-graduação e doutorado, respectivamente nas áreas de Jornalismo, Diversidade e Finanças/Controladoria, tendo como objetivo conectar tudo isso. Só falta ser ao mesmo tempo e agora.

E, claro, dona de pets: um cachorro e quatro gatos, um dos quais ela teve que atender durante nosso papo porque estava brigando com os demais. Pois esta é a vida real de Claudia Marquesani, CIO da Petz há 1,5 ano, com quem tive o prazer de conversar para essa Bastidores da TI.

Na pesquisa que sempre faço antes das entrevistas, me chamou atenção um texto publicado por Claudia no Linked in sob o título de FracassadIN, onde ela diz, literalmente, o seguinte: “Enquanto no mundo do LinkedIN tudo é lindo e ninguém fala muito diretamente dos seus REAIS desafios e REAIS frustrações, dos seus REAIS FRACASSOS, ando pensando na ideia de criar o “FracassadIN”. E, claro, este foi um dos tópicos da nossa agradável conversa que você acompanha a seguir.

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TI no ecossistema pet

A Petz é o primeiro trabalho de Claudia Marquesani no setor do Varejo depois de ter passado pelos segmento Financeiro e de Serviço. Ela é CIO do grupo que possui um verdadeiro ecossistema completo do segmento pet. São mais de 200 lojas físicas distribuídas por todas as regiões do país, além de hospitais veterinários da Rede Seres e laboratórios clínicos.

Com aquisições recentes, a Petz passou a atuar também na indústria da alimentação saudável para animais e produção de coleiras especiais, via ZeeDog, e na fabricação de tapetes higiênicos para pets, o Super Secão, via a Petics. Tem ainda a Cansei de ser Gato, especializada em felinos. A executiva conta que “se encontrou” no ritmo frenético do varejo e na proximidade com o cliente que o varejo promove.

Fundada por Sergio Zimerman em 2002, que continua à frente do negócio, a Petz abriu capital em 2020, listada no Novo Mercado da B3, que reúne as companhias com maior nível de governança corporativa. Seu faturamento em 2022 foi de cerca de R$ 5 bilhões e o comércio eletrônico já representa 40% deste total, percentual impulsionado pela pandemia e pelo sistema de assinaturas que a empresa possui.

Claudia explica que a visão de ecossistema permeia todo o negócio e a ideia é atender o cliente a partir de quando ele começa a pensar em comprar ou adotar um animal, serviço também contemplado pelo grupo, por meio do Adote Petz, até momentos difíceis em como lidar com o animal em seus momentos finais. Além do varejo, a rede atua ainda em serviços com hospitais, laboratórios e aplicação de vacinas e todo o tratamento pró-ativo do animal.

Dentro desta visão, um dos focos de sua atuação foi a omnicanalidade, e neste ponto a empresa fez um trabalho interno em sua cultura, de tal forma que, segundo Claudia, não há hoje concorrência entre o atendimento físico e o virtual porque os resultados são vistos como um todo e não por vertical, reforçando o conceito da omnicanalidade. “Falo sempre em cocriação de valor, que é o que tem que acontecer na prática”, reforça. Segundo ela, o relacionamento entre a TI e a alta direção é muito forte. “Mas é claro que os investimentos propostos têm que ser bons e certeiros”, completa.

Claudia comenta que quando entrou na companhia havia uma carência de entendimento do papel da TI, tida como uma área prestadora de serviço. Ela conta que foi feito um trabalho de retomada de confiança com o reforço da presença de business partners de TI em cada área de negócio. Além disso, foi feito um trabalho de redefinição dos trabalhos transacionais, modernização, procedimentos em escala e redefinição do perfil dos trabalhadores da área.

“Acho que dado o grande crescimento do negócio, a profissionalização da TI era o principal desafio: garantir escala em tecnologia para suportar o crescimento”, explica. Mas acrescenta que a área ainda tem um dever de casa a ser feito para entender que “se tem alguém reclamando é porque há algum problema real.” E reforça que a área de tecnologia tem, sem dúvida, que entender do negócio.

Voltando aos reais desafios, mencionados no início desta coluna, Claudia conta que a mudança da cultura sobre o papel da área de TI foi algo que teve que ser muito trabalhado, e não ocorreu da noite para o dia. “Mostrar o quanto a área pode agregar valor.” Outro ponto foi o legado que teve que ser descontinuado, representando investimentos que tiveram que ser defendidos, assim como outros a serem feitos, como migração para cloud, dentro de uma “estratégia comercial” junto à alta direção.

E tudo isso em meio a novas 50 lojas que foram abertas no ano passado. E os desafios continuam como, por exemplo, a integração dos sistemas da área industrial de empresas adquiridas com aqueles utilizados pelas lojas. Este ano, a área de TI da Petz tem seu foco, além na consolidação de integração de todas as recentes aquisições, no projeto que Claudia batizou de “Back to the Basis”, uma revisita à estratégia com o objetivo de aprimoramento de processos.

“Fazer o que tem que ser feito de forma mais eficiente”, explica. E acrescenta, “é abastecer o avião com ele em vôo.” E seguindo na linha dos desafios, a rede vai inaugurar mais 35 lojas ao longo deste ano.

*Stela Lachtermacher é jornalista de TI, com atuação como editora e colunista no Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Editora Abril e diretora editorial na IT Mídia. Hoje tem sua própria empresa, a Candelabro, onde trabalha na produção de conteúdo e integra o time de parceiros da Conteúdo Digital no desenvolvimento da Coluna “Bastidores da TI” no portal Decision Report.

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