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Bastidores da TI: Roberto Portella, da Protege

Bastidores da TI: Roberto Portella, da Protege

Para a realização desta edição da Bastidores da TI eu conversei com Roberto Portella, CIO da Protege, que é mais um dos amigos que tenho feito ao longo do meu percurso como jornalista de TI. Portella dirige hoje a TI da Protege, aquela dos carros de transporte de valor conhecidos pela logo.

Há 50 anos no mercado, a empresa, que é 100% brasileira e hoje uma das maiores companhias de segurança privada e logística do País, tem uma atuação tão diversa como o desenvolvimento do recente lançamento de um caixa eletrônico para a realização de saque via Pix por meio de QR Code, chegando até incursões no agronegócio. Como a TI congrega, gerencia e agrega valor a todas estas iniciativas é o que Portella mostra a seguir.

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Proteção sob todos os aspectos

Quem vê aqueles carros-fortes com a logo da Protege não tem ideia de quanta coisa esta empresa cinquentenária e 100% brasileira, cujo core business é a logística de valores, faz além do transporte em si. E este cenário me foi aberto pelo CIO, Roberto Portella, há dois anos na companhia. A Protege está presente em 46 cidades, 18 estados e mais o Distrito Federal, tem mais de 12 mil colaboradores, cerca de 1,1 mil veículos em operação e faturamento da ordem de R$ 1,7 bilhão.

Portella chegou à Protege vindo do Grupo Globo, onde viveu a integração dos vários canais de mídia, com passagens anteriores pelo Grupo Pão de Açúcar, onde participou do programa Futuro do Varejo, um marco no uso da tecnologia da informação no setor varejista, e pelo Grupo Estado, outra experiência com a transformação da mídia com a difusão da internet. O desafio do executivo quando entrou na companhia era o de realizar a conhecida transformação digital a partir de alguns processos que já tinham virado digitais, como monitoramento de veículos e controle operacional, incluindo a escala de funcionários, entre outros.

“Minha missão era intensificar a automação em todas as frentes”. E quando ele fala das frentes voltamos ao início desta conversa para mostrar a diversidade de trabalhos realizados pela empresa. O transporte de valor é o início do processo que eles tratam com tripartite, ou seja, começa no cliente, onde o dinheiro é coletado e levado para uma das bases da Protege, lá ele é contado e liberado para o banco com o qual o cliente trabalha.

A empresa realiza também o abastecimento de máquinas ATM – Automatic Teller Machine _ os caixas automáticos, e as concessionárias de rodovias responsáveis pelos pedágios. Outros ramos de atuação são a segurança eletrônica patrimonial, com câmeras; a vigilância patrimonial, com vigilantes em empresas e prédios residenciais e o transporte de carga de alto valor agregado, como medicamentos e eletroeletrônicos, além, é claro, da segurança do material transportado.

Mas a diversidade vai mais longe, chegando a operações tão diversas como serviços aeroportuários, cuidando do operacional da retirada de bagagem de avião e colocação na esteira e mais inspeção de bagagem, limpeza de aeronaves, colocação de escada de acesso à aeronave, operação do equipamento que puxa o avião para seu posicionamento quando em terra, isto para citar os principais. E a Protege atua também no agronegócio, sob o chapéu Agro Maripá, com plantio de soja e milho, criação de gado Nelore e gado GIR, indiano e cavalos Mangalarga marchador. E a TI, claro, perpassa todos estes negócios.

Portella explica que o mercado de transporte de valor e numerário está passando por uma transformação e que no Brasil, diferente do que pensa quem circula nos grandes centros como as principais capitais, a dependência do dinheiro em espécie ainda é muito grande. Mas sem dúvida é um mercado em transformação e a empresa já tinha em mente a digitalização e integração de processos para acompanhar estas mudanças. Ele conta que além de garantir o funcionamento de um universo tão variado e complexo como o apresentado acima, a TI tinha que modernizar os processos, considerando o legado, e integrá-los. “Nos últimos dois anos a empresa cresceu 70% em termos de sistemas instalados, um grande investimento para garantir seu sucesso.”

O Plano Diretor de TI em curso está promovendo a atualização da tecnologia usada pela Protege, interna e externamente, com a construção de uma plataforma de operações que irá permitir o acréscimo de novos serviços financeiros como o crédito em tempo real do valor apurado, por exemplo, em terminais ponto de venda de supermercados. Um lançamento de destaque desenvolvido internamente pela Protege é o caixa eletrônico que funciona com retiradas via Pix, por meio da leitura de QR Code, dispensando o uso do cartão.

Outro desenvolvimento interno já no mercado é o cofre inteligente que faz a contagem do dinheiro e é integrado ao sistema de conciliação de clientes como supermercados e magazines. E entres os projetos em andamento está sendo realizada a migração e replicação de todos os dados sensíveis na nuvem; o fortalecimento da cybersegurança por meio de uma jornada contínua; a instalação do CRM onboarding, para atender tanto a área comercial quanto clientes; a implementação do RH digital, incluindo os colaboradores das fazendas, e a reorganização da governança de tecnologia. Nas fazendas foi implantado ainda um ERP e um sistema de telecomunicações mais eficaz, além do monitoramento virtual dos animais.

Em todo este trabalho, o conceito de ESG é uma das bases que permeia qualquer iniciativa da empresa. A Protege tem hoje, por exemplo, um carro para o transporte de valores totalmente elétrico e a previsão é aumentar a frota de carros elétricos e as motocicletas utilizadas pelos vigilantes já são hoje 100% elétricas. As guias de transporte de valores também foram totalmente digitalizadas, levando à uma redução significativa no uso de papel. A jornada de transformação digital está em curso e funcionando à velocidade plena e Portella afirma que há um longo percurso pela frente, sempre com a preocupação de manter os ideais e os compromissos da empresa.

*Stela Lachtermacher é jornalista de TI, com atuação como editora e colunista no Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Editora Abril e diretora editorial na IT Mídia. Hoje tem sua própria empresa, a Candelabro, onde trabalha na produção de conteúdo para todas as plataformas editoriais e participa do Conselho Editorial da Decision Report.

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