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Bastidores da TI: Pedro Pontes, da Casa&Vídeo

Bastidores da TI: Pedro Pontes, da Casa&Vídeo

Minha conversa foi com Pedro Pontes, head de TI da carioca Casa&Vídeo – rede com 250 lojas de utilidades domésticas, ferramentas e eletroportáteis no Rio de Janeiro, onde foi fundada, e em São Paulo, Espírito Santo e Minas.

Na empresa há pouco mais de dois anos, Pedro foi o primeiro CIO da companhia que antes de sua entrada tinha uma gerência de Tecnologia reportando para Finanças. Abrir este caminho e mostrar ao conselho administrativo que tinham tomado a decisão certa ao criar o cargo, foi uma jornada e tanto que Pedro relata nesta Bastidores da TI.

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Por mares nunca dantes navegados

A frase de Camões traduz a trajetória de Pedro Pontes, que há pouco mais de dois anos assumiu como o primeiro CIO da Casa & Vídeo, uma rede de venda de utilidades domésticas, ferramentas e eletroportáteis fundada em 1988 no Rio de Janeiro e atualmente com cerca de 250 lojas incluindo unidades em São Paulo, Minas e Espírito Santo.

E mostrar a que veio foi o primeiro desafio do executivo, cuja carreira tem passagens pela Etna, O Dia e Carrefour, entre outros. Até sua entrada, em outubro de 2020, a área de tecnologia se reportava ao CFO – Chief Financial Officer. “Não havia um CIO ou CTO”, conta Pedro, acrescentando que parte de seu trabalho inicial foi evangelizar a própria ideia de um head de TI reportando diretamente para o presidente.

E mais uma curiosidade: a própria contratação de Pedro Pontes quebrou um outro paradigma, porque ele foi também o primeiro profissional da empresa trabalhando em home office, independente da questão da pandemia. Pedro mora em São Paulo e a sede da empresa é no Rio de Janeiro.

E a partir de sua própria experiência criou uma cultura de trazer mão de obra especializada, independente de onde este profissional esteja, minimizando assim a dificuldade em achar pessoas especializadas na área. Ele relata um exemplo da reposição de um gerente de infraestrutura que demorou 10 meses e que só aconteceu a partir deste novo princípio.

Seu projeto inicial foi montar um Plano Diretor de Informática para suprir a empresa de um alicerce sustentável para triplicar a operação no prazo de três anos, o que não chegou a ser uma novidade para ele que havia passado por experiência semelhante no O Dia. Segundo ele, no programa de expansão a TI acabava sendo a vilã porque não tinha a infraestrutura necessária e tudo na área acabava representando um custo alto e prazo longo.

Para reverter esta ideia e mostrar que trazer um CIO tinha sido uma decisão acertada, Pedro apresentou para o conselho de administração o cálculo de ROI – Return Over Investment e a escolha da solução recaiu sobre a SD-WAN (rede remota definida por software) Cisco Meraki MX, com projeto da empresa Nereidas. “A tecnologia é o meio, e não o fim”, reforçou.

Mas nada é assim tão fácil. Segundo Pedro, não havia gestão de projetos, havia mais de 160 projetos no backlog e a equipe de TI não tinha a natureza de entrar em um modo Ágil de atuação e foi necessária uma evangelização, uma mudança de mindset. “A moçada perguntava: cadê o começo, meio e fim do projeto, habituados com os métodos convencionais”.

Ele conta que foram criados então seis squads, um para cada departamento, e que já no primeiro mês de implantada a nova forma de trabalho as reclamações das áreas e negócios caíram muito. Pedro diz que estas áreas começaram a ter a percepção da dificuldade da TI no âmbito dos projetos. E explica que muitas vezes os projetos não atrasam por conta de TI, mas pela área de negócios que faz diversas alterações no meio do processo.

Entre as vitórias comemoradas pelo executivo está o desenvolvimento de um super app 100% feito em casa. O OMS – Order Management Service, um processo de gestão de pedidos que garante a entrega do pedido na loja no prazo de uma hora. Além da economia de R$ 2,8 milhões em 2021 – antes o sistema era adquirido fora, Pedro destaca a redução dos atritos com clientes. Outro projeto vencedor foi o sistema de controle de validade de produtos.

Ele comenta que antes era utilizado um software de prateleira cujo custo unitário não era alto mas considerando o número de lojas e de PDVs o valor crescia exponencialmente. Como próximos passos, Pedro aponta a digitalização da companhia. O e-commmerce, que quando ele entrou representava apenas 2% das vendas, hoje está em 12% de participação e o objetivo é atingir o percentual de 20%.

A área vai focar no digital com projetos que aumentem a receita da empresa, a satisfação do cliente, incluindo investimentos em mensageria, e o SLA – Service Level Agreement, ou acordo por nível de serviço na operação. Também está sendo desenhada na Casa & Vídeo uma agenda de inovação batizada de Casatech, um hub para a formação de profissionais dentro da própria empresa.

*Stela Lachtermacher é jornalista de TI, com atuação como editora e colunista no Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Editora Abril e diretora editorial na IT Mídia. Hoje tem sua própria empresa, a Candelabro, onde trabalha na produção de conteúdo para todas as plataformas editoriais e participa do Conselho Editorial da Decision Report.

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