Com todos os objetos inteligentes e dispositivos mobile espalhados pelo nosso dia a dia, não é nenhum segredo dizer que o mundo trafega cada vez mais dados. Segundo informações da Cisco, apenas a internet brasileira deve superar a marca de 4,4 exabytes trafegados por mês – cada exabyte corresponde a 1 bilhão de gigabytes. Fazendo uma conta rápida, em 4,4 exabytes seria possível guardar cerca de 733 bilhões de fotos em alta resolução (com 6 MB cada).
À medida em que esse número cresce, a necessidade de análise desse montante de informações aumenta. Nesse contexto, o Gartner aponta que a receita global do mercado de BI e Analytics deve chegar a US$ 18,3 bilhões em 2017, um aumento de 7,3% comparado a 2016. Até o final de 2020, esse número deve chegar aos US$ 22,8 bilhões;
A grande questão é que investir em softwares e equipes de cientistas é apenas uma parte do processo. Uma parte bastante importante, mas que não resolve integralmente a necessidade de analisar todas as informações que chegam, muito menos aplicá-las ao dia a dia dos executivos de negócios em tempo hábil. Por isso, todos os colaboradores da empresa precisam ser alfabetizados e inseridos na cultura dos dados. Só quem conhece a própria operação e seu dia a dia saberá tirar o maior proveito possível das informações.
A alfabetização em dados, nada mais é do que ser capaz de ler, trabalhar, analisar e argumentar com dados. As companhias precisam investir nessa alfabetização para melhorar sua gestão, controle e tomada de decisão. Dessa forma, todo o trabalho será baseado em informações concretas e confiáveis, não apenas em intuição ou análises parciais.
Dentro de uma empresa alfabetizada em dados, essa cultura deve permear todas as unidades de negócios, equipes, líderes e alta gestão – cada um com suas especificidades. A equipe de Vendas, por exemplo, não precisa saber como estão os estoques de Compras e Suprimentos e vice-versa. É preciso mais que um único time de analistas para compreender as necessidades específicas de cada área ou dar conta de desenvolver todas as análises necessárias. E aí torna-se imprescindível desenvolver o olhar analítico de todos os colaboradores. Dessa forma, cada área poderá avaliar e aproveitar os dados que lhe interessam da melhor forma possível.
O segredo para construir essa cultura de dados é, além de treinamentos, inserir no dia a dia dos colaboradores uma plataforma que os permita desenvolver suas próprias análises, de forma simples e sem a necessidade de conhecimentos técnicos. Ao colocar a mão na massa, o time começa a perceber o valor dos dados até que eles se tornem parte do dia a dia. Num mundo que, em breve, será totalmente movido a informação, ter um time “analfabeto” pode criar um grande distanciamento do novo e próximo futuro da economia analítica.
*Marcelo Rezende é Country Manager da Qlik no Brasil