À esteira dos novos passos de remanejamento no quadro de funcionários, Big Tech informou, por meio de nota assinada pelo CEO, que novos cargos seriam removidos nos setores de anúncios e nuvem, dois dos mais rentáveis da companhia. A Amazon já tinha definido a demissão de outros 18 mil profissionais em janeiro, totalizando 27 mil cargos fechados apenas em 2023
A Amazon.com Inc. anunciou aos seus funcionários nesta semana que planeja fazer um novo corte de empregos dentro da companhia, dessa vez, atingindo 9 mil funcionários. A nova leva de demissões focará nos setores de nuvem e nas divisões de anúncio. Segundo a Agência Reuters, ambos eram segmentos considerados intocáveis pela Big Tech.
Em nota enviada aos funcionários da companhia, o CEO Andy Jassy escreveu que a decisão foi tomada pensando no momento de incerteza vivido pela economia norte-americana, forçando-os a optar por mais cautela nos custos e número de colaboradores. Ele também reafirma o princípio fundamental do planejamento anual deste ano, para permitir preservar os investimentos nas principais experiências dos clientes.
“Isto nos levou inicialmente a eliminar 18.000 posições (que aplicamos em janeiro); e, ao completarmos a segunda fase do nosso planejamento este mês, levou-nos a estas 9.000 reduções, embora se note uma limitação nas contratações de algumas das nossas empresas em áreas estratégicas onde demos prioridade à atribuição de mais recursos”, continuou o CEO.
Jassy ainda informou que esse novo conjunto de demitidos não foi anunciado já na primeira onda por conta de setores da Big Tech não terem terminado suas análises de gastos naquele momento. Portanto, para evitar decisões apressadas, o comando da empresa preferiu informar os funcionários apenas quando tivessem certeza dos cortes. Ainda assim, a empresa espera uma definição concreta de quais cargos serão precisamente afetados apenas em abril.
“Nós vamos, evidentemente, apoiar aqueles que temos de deixar ir e fornecer pacotes incluindo um pagamento de dispensa, benefícios transitórios do seguro de saúde, além de apoio externo à colocação de emprego”, encerra a nota.
A Amazon é a segunda big tech a propor uma nova leva de demissões para os próximos meses de 2023. Na semana passada (14), a Meta Platforms anunciou que cortaria outros 10.000 postos de trabalhos como continuação nos seus trabalhos de reestruturação. Assim como o caso dessa semana, os cortes focaram em cargos administrativos e técnicos além de ensejarem toda uma reorganização profunda nos métodos de gestão empresarial.
A onda de cortes profundos na força de trabalho das Big Techs já vinha sendo prenunciada desde 2022 e, logo na primeira semana desse ano, empresas como Alphabet, Salesforce, Apple e Microsoft também anunciaram ao mercado que reduziriam drasticamente seus quadros de profissionais.
Ricardo Castro, Information Security Manager da Creditas, ao comentar o caso da Salesforce em janeiro, disse que ela poderia estar vivendo um fenômeno ‘rebate’ da crise mundial das Techs e em um espectro mais amplo, da recessão mundial.
“Todo mundo está sendo cobrado e a companhia se encontra em uma posição onde, além de apertar o próprio cinto, pode estar experimentando uma queda de receita fruto dos cortes dos seus clientes. Eu diria que essa é uma consequência ruim, mas natural dado o momento do mercado”, comentou Castro em entrevista concedida à Security Report.