*Por Ricardo Recchi
Migrar sistemas para novas plataformas ou modelos é sempre uma decisão importante, que envolve um processo delicado e deve ser cuidadosamente avaliado, tendo como base as necessidades específicas do negócio, os requisitos técnicos e os objetivos de longo prazo.
Uma mudança desse porte não é simples e pode demandar tempo, recursos e esforços para que a transição seja bem-sucedida. No ano passado, por exemplo, ao fazer uma migração, o sistema do STJ (Superior Tribunal de Justiça) teve de ficar mais de uma semana fora do ar, impedindo o acesso de usuários, o que, consequentemente, acarretou problemas no agendamento de sessões on-line.
Casos como esses são comuns, já que o mercado de TI é volátil e, invariavelmente,qualquer aplicação vai precisar ser modificada e evoluída com o decorrer de sua vida útil. Neste sentido, para que o negócio não sofra interrupções, é preciso buscar recursos para que as migrações e as atualizações sejam facilitadas e, para este cenário, listo abaixo oito aspectos que devem ser considerados ao escolher uma plataforma que apoie a migração de sistemas.
1) Flexibilidade e controle: é recomendado buscar plataformas que ofereçam boa flexibilidade e controle durante o processo de desenvolvimento de sistemas, permitindo que os desenvolvedores trabalhem com várias linguagens de programação, como Java e .NET, para que as soluções possam ser adaptadas de acordo com as demandas do negócio.
2) Menor Custo Total de Propriedade (TCO): cada plataforma de desenvolvimento segue uma estrutura de custos de licenciamento e manutenção, variando com os padrões de uso e requisitos. Então, é vantajoso investir em ferramentas com menor custo total de propriedade, pois elas possibilitam economia de recursos de clientes e usuários, especialmente a longo prazo.
3) Capacidade de integração: ao escolher uma plataforma, é preciso conferir se seu sistema oferece robusta capacidade de integração, ou seja, que permita a conexão com sistemas e bancos de dados existentes, além de serviços de terceiros.
4) Recursos de segurança aprimorados: tecnologias que oferecem recursos de segurança e padrões de conformidade são pontos-chave para analisar na escolha de uma plataforma, pois essas características ajudam as organizações a atenderem a requisitos regulatórios e proteger dados sensíveis, incluindo criptografia, autenticação e autorização.
5) Low-Code: o desenvolvimento de sistemas com essa ferramenta permite a criação de aplicações com menos código e uso de recursos de Inteligência Artificial, resultando numa programação ágil e simplificada. Ao reunir e automatizar linguagens de programação e padrões das principais ferramentas tecnológicas de mercado, como o SAP, ou até mesmo plataformas de design, como o Figma, o Low-Code facilita a evolução das aplicações, mantendo o código atualizado, garantindo longevidade para o software ao mesmo tempo que permite ao desenvolvedor se concentrar em aspectos mais estratégicos para incorporar novos mecanismos, como Super Apps ou soluções de IA.
6) À prova de futuro: à medida que a tecnologia evolui, as soluções de negócios também acompanham esse movimento, sendo estratégico contar com uma ferramenta de desenvolvimento que se adapta às capacidades de geração de código, eliminando o risco de obsolescência tecnológica nas soluções.
7) Customização e extensibilidade: hoje, desenvolver sistemas exige ampla customização e extensibilidade para incorporação da lógica de negócios personalizada, resultando na criação de soluções mais robustas e sob medida em comparação com o modelo tradicional de desenvolvimento.
8) Liberdade tecnológica: no mercado de TI, muitas plataformas de software mantêm seus clientes aprisionados em soluções, dificultando e encarecendo as mudanças de provedor. Então, é preciso procurar plataformas que tenham um ambiente de rede independente com menores índices de vendor lock-in, concedendo a liberdade de migrar aplicações para outras plataformas sem altos custos.
Hoje, o consumo de tecnologia cresce vertiginosamente e, simultaneamente. Por isso, é necessário criar estruturas que suportem essa demanda. Só assim, negócios podem prosperar sem interrupções. O primeiro passo, até mesmo antes de decidir pela migração de um sistema, é considerar fatores que apoiem a jornada tecnológica de sua atualização, focando na agilidade de desenvolvimento e na manutenção, recursos que também aportam vantagens significativas para a economia financeira, de mão de obra e, consequentemente, ao negócio.
*Ricardo Recchi é country manager Brasil, Portugal e Cabo Verde da Genexus by Globant