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Bastidores da TI: Fábio Mota, da Raízen

Bastidores da TI: Fábio Mota, da Raízen

No papo desta semana, conversei com Fábio Mota, vice-presidente de Serviços aos Negócios e Tecnologia da Raízen – uma das principais fabricantes de etanol de cana-de-açúcar do Brasil e maior exportadora individual no mercado internacional, com faturamento de mais de R$ 120 bilhões.

Ele me falou sobre o processo de substituição dos produtos digitais na companhia com evolução contínua e não mais por demanda, substituindo o tradicional modelo waterfall. Mota era gerente de infraestrutura da Cosan e quando houve a joint-venture com a Shell, dando origem à Raízen, em 2011, ele assumiu a diretoria de TI da nova empresa.

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Tecnologia de ponta a ponta

No bate papo que tive com Fábio Mota, vice-presidente de Serviços aos Negócios e Tecnologia da Raízen, ele me disse que a aceleração da jornada de cloud, evolução da maturidade em cybersecurity, expansão do uso do modelo Lean e Ágil e difusão da cultura de dados estão entre as prioridades da área de tecnologia da empresa este ano.

A ideia é evoluir os sistemas transacionais e expandir os produtos digitais a cada ano, com evolução contínua e não mais por demanda, substituindo o tradicional modelo waterfall. Mota entrou na companhia ainda quando Cosan, em 2009, como gerente de infraestrutura de TI.

A Raízen nasceu em 2011, fruto da joint venture entre Shell e Cosan, e Mota assumiu a diretoria de TI da nova empresa. A Raízen é uma empresa integrada de bioenergia que atua desde o cultivo e processamento da cana-de-açúcar até a comercialização, logística e distribuição de combustíveis.

Os projetos mais recentes foram a integração da Biosev, a segunda maior empresa do setor de bioenergia, e da Shell Lubrificantes no Brasil. E ele revela que o maior desafio, enquanto empresa, é o da Raízen liderar a transição energética que vem acontecendo no Brasil, chegando a 2030 com 80% da receita da companhia oriunda de soluções de energias renováveis.

Outro grande foco da empresa são os sistemas baseados em dados, de otimizadores a modelos preditivos e prescritivos, grupo esse que no ano passado resultou em nada menos do que 32 novos produtos analíticos. Entre estes, ele destaca otimizadores de produção e logística, soluções de previsão de demanda, previsão de produtividade, apenas citando alguns.

No que diz respeito à cibersecurity, além de continuar evoluindo na parte de TI, a Raízen está investindo também na aceleração da jornada de segurança para OT (Operacional Technology), que diz respeito à automação industrial e que hoje é também alvo de hackers. Este trabalho prevê a colocação de agentes de monitoramento, proteção e defesa nos equipamentos dessa rede (OT).

Mota contou ainda que a área continua investindo na evolução da plataforma de pagamento e fidelidade dos postos de gasolina da marca Shell, o Shell Box voltado ao consumidor final, e o Shell Box Empresas. Outra iniciativa é o desenvolvimento de soluções para o segmento de comercialização de energia elétrica, uma unidade de negócio mais recente na Raízen. E isso vem sendo viabilizado tanto com o desenvolvimento de sistemas pelo time interno quanto por meio de parceria e/ou compra de soluções de startups.

O relacionamento com startups não é novidade na Raízen. O próprio Mota participou ativamente da criação do Pulse, o hub de inovação, em 2017. O Pulse conecta startups aos desafios e oportunidades de negócio da companhia e já gerou mais de 50 contratos comerciais. Em alguns casos, a Raízen chegou a entrar também com participação em startups por acreditar ser estratégica para seu ecossistema.

O Pulse tem um espaço próprio e Mota explica que as empresas ali estabelecidas propõem soluções que podem ser levadas para a área de negócios. Entre os contratos firmados, Mota cita um sistema de otimização do processo industrial, uma solução que melhorou a assertividade na aplicação de defensivos biológicos, um sistema para auxiliar na identificação de falhas de plantio,

Outro que ajuda no processo de contratação de pessoas e uma solução que identifica a fadiga do motorista por meio de uma câmera que quando o algoritmo entende que ele pode estar fadigando gera um alerta de rádio para que sejam tomadas providências.

Mota me disse que na Raízen o entendimento do valor do digital não é problema, “é muito claro e não há nenhuma dúvida com relação ao valor que a tecnologia traz para os negócios.” Ele acrescenta que não enfrenta dificuldades com a solicitação de recursos, obviamente a partir da demonstração do que vai trazer de retorno, e exemplifica com o próprio Pulse, algo já estabelecido e do qual todas as unidades da companhia fazem uso para solucionar os seus problemas.

“A base dessa aceleração para o uso do digital eu julgo que está muito bem resolvida, não tenho recebido negativas para aprovação dos projetos, o que tenho são os desafios naturais de entregas envolvendo tecnologia e inovação”, conclui.

*Stela Lachtermacher é jornalista de TI, com atuação como editora e colunista no Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil, Editora Abril e diretora editorial na IT Mídia. Hoje tem sua própria empresa, a Candelabro, onde trabalha na produção de conteúdo para todas as plataformas editoriais e participa do Conselho Editorial da Decision Report.

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