Em 2016, o mercado de internet das coisas no Brasil atingiu uma receita de US$ 1.346,2 milhão, sendo indústria automotiva e manufaturas as verticais mais relevantes. Até 2021, o setor deve alcançar receitas de US$ 2,29 bilhões, segundo a consultoria Frost & Sullivan. E a IoT tem muito potencial também no setor de Saúde com dispositivos interconectados, que permitirão monitoramento mais constantes e melhor interação entre pacientes e médicos.
Durante a Cisco Live!, evento da empresa que aconteceu na semana passada, em Las Vegas, Shaun Cooley, CTO e líder de IoT da Cisco, destacou que a internet das coisas é o driver para a nova era da rede conectada. “Nosso objetivo é simplificar o caminho da interconexão de coisas. Isso requer o gerenciamento em escala e automatizado de milhões (talvez bilhões) de dispositivos”, pontua.
Detecção digital
Na área da Saúde, a companhia mostrou a Clínica do Futuro, totalmente conectada. Com recursos de realidade virtual (VR) e uso de sensores, as soluções apresentadas foram de bicicletas ergométricas ligadas a um dispositivo (VR), a digitalização de experiências durante consultas médicas.
Em parceria com a Optum, a ideia está pautada na demanda de clínicas e ambulatórios que estão procurando maneiras mais eficientes de ampliar a qualidade no atendimento e na digitalização de processos. Com a plataforma Cisco Sark integrada às ferramentas Optum, diversos processos de documentação são digitalizados, melhorando a experiência no atendimento e promovendo atualizações nos prontuários em tempo real.
Outra aplicação de IoT no setor da Saúde é a criação de sensores para identificar precocemente o câncer de mama. Durante o evento, foi apresentado para a imprensa um documentário de 16 minutos, chamado Detect, que mostra a iniciativa de profissionais da empresa Cyrcadia Health, em parceria com a Cisco, no desenvolvimento de um dispositivo wearable, o iTBra, que pode detectar os primeiros sinais de câncer invasivo.
Os dados são então analisados por algoritmos e redes neurais que identificam e categorizam temperaturas anormais do corpo, além de padrões celulares. As informações coletadas pelos sensores são transmitidas para um laboratório que usa inteligência artificial ou análises preditivas para determinar os resultados. Os testes realizados nos Estados Unidos chegaram a uma precisão de 80% no diagnóstico. A ideia é que essa tecnologia esteja no mercado no próximo ano.
Portfólio
A companhia anunciou o Cisco Jasper Control Center 7.0, uma atualização da plataforma de gerenciamento de IoT, que promete mais flexibilidade em várias camadas para atender demandas específicas, independente do estágio de implementação. Também foi anunciada a Cisco Kinetic, a plataforma de operação da internet das coisas, que agiliza a capacidade das empresas em provas de conceito para implementação.
*Léia Machado viajou a Las Vegas a convite da Cisco